sábado, 22 de dezembro de 2012

Arqueólogo afirma que maias não conheciam noção de fim do mundo



Não há nada em inscrições deixadas por maias que mencione fim do mundo.
Em apenas duas, há referência ao final de um ciclo de 5.200 anos.


A tão falada profecia do fim do mundo feita pelos maias nunca existiu, nem mesmo o conceito de apocalipse era conhecido por eles. Quem garante é um dos maiores especialistas no assunto, um arqueólogo de Harvard.
Os maias foram a mais avançada civilização das Américas antes da chegada de Cristóvão Colombo. Ocupando uma área hoje dividida entre México, Guatemala, Honduras e El Salvador, foram a única civilização pré-colombiana a deixar uma linguagem escrita.
A civilização maia chegou ao auge no primeiro milênio depois de Cristo. Em vez de um governo central, eram cidades independentes, com palácios e templos em forma de pirâmide. No século IX, as cidades foram abandonadas, não se sabe por quê.
Quando os espanhóis chegaram à América Central, os descendentes dos maias ainda possuíam milhares de livros, mas quase todos foram queimados pelos padres católicos, como sendo obra do demônio. Sobreviveram apenas três livros.
Os maias conheciam matemática e astronomia. Desenvolveram um calendário complexo e muito preciso, mas nunca previram o fim do mundo, muito menos para 21 de dezembro de 2012.
Segundo o arqueólogo Alexandre Tokovinine, da universidade de Harvard, que o Jornal da Globo entrevistou pela internet, não há nada no calendário dos maias, em nenhuma inscrição deixada por eles, que mencione o fim do mundo.
O que há, em apenas duas entre milhares de inscrições, é a referência ao final de um ciclo de 5.200 anos, que, segundo algumas interpretações não-científicas, coincidiria com o dia 21 de dezembro de 2012.
Segundo o arqueólogo, nenhum especialista na civilização maia concorda com a ideia de que os maias teriam previsto o fim do mundo, até porque esse era um conceito alheio à cultura deles.
Em vez do fim do mundo, eles acreditavam em ciclos de criação e destruição que se sucederiam eternamente. A ideia de algo semelhante ao juízo final foi introduzida entre os indígenas, descendentes dos maias, pelos missionários católicos.
O jovem arqueólogo ressalta que, assim mesmo, apesar do engano, é positiva toda a atenção que está sendo dada aos maias.
Tokovinine disse que é importante preservar o que eles deixaram, e ainda há muito a descobrir. As inscrições maias só começaram a ser decifradas recentemente, e talvez, nas ruínas, ainda sejam encontrados livros escritos por eles. Alexandre terminou dizendo na língua maia: o mundo não vai acabar.

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