segunda-feira, 11 de julho de 2011

O SABOROSO CHEIRO DO AMOR


Isso mesmo! O amor tem cheiro! Podemos observar isto naqueles vários casos em que santos e beatos morrem exalando um odor ao mesmo tempo saboroso e desconhecido deste mundo. Há muitos exemplos disto.
Em toda a literatura cristã, o amor sempre foi comparado ao perfume. O sacrifício da vida santa, porque ato contínuo de amor a Deus, sobe aos céus como incenso de agradabilíssimo odor. Quem ama de verdade cheira bem.
Isto ocorreu com S. Francisco de Assis. Enquanto ainda temeroso diante dos leprosos que lhe causavam náuseas, aquela beleza estava-lhe escondida. O cheiro do amor escondia-se sob a vis aparências da miséria. Mas, tão logo o cavaleiro da pobreza lançou-se a abraçar o irmão desprezado, realizou-se aquilo que pouco antes ele tinha escutado de Deus: "as coisas que consideravas saborosas, as verás sem gosto. Já o que tinhas até hoje por repugnante, te parecerá mais doce que o mel". E por trás do mau cheiro daquele corpo ferido, Francisco aspirou o aroma de flores de outras terras.
A Sagrada Escritura nos conta ainda o caso da pecadora que, adentrando numa reunião entre Jesus e um fariseu, lança-se aos pés do Senhor e quebra o seu perfume, um perfume caro que, no dizer do mau apóstolo, não deveria ser desperdiçado daquele modo. No entanto, Nosso Senhor lhe elogia e afirma que onde quer que o Evangelho fosse pregado, aquela sua atitude seria contada em sua memória. O evangelista diz ainda que o perfume encheu toda a casa. Mais uma vez, temos uma referência claríssima entre perfume, amor e sacrifício ou entrega. A mulher não poupou. Mais precioso do que aquilo que derramava era Aquele por Quem derramava. É como a vida que se deve dar por Jesus. No ato do verdadeiro abandono, ela reassume frescor e fecundidade; seu perfume enche a casa. É como a semente que morre e produz fruto. O amor, quando se dá, num ato oblativo, se sublima, se aperfeiçoa e torna-se maior. É um perfume que chega a Deus e Lhe agrada sumamente. 
No livro dos Cânticos, lemos o seguinte: "Enquanto o rei descansa em seu divã, meu nardo exala o seu perfume" (Ct 1,12). Enquanto Nosso Senhor persevera em Seu silêncio em nossos sacrários, como um Rei que dorme num barco em tempestade, importa que o nosso nardo, isto é, o nosso perfume ou a nossa vida, aquilo que precisa ser dado por Ele, exale o perfume d'Ele, o amor d'Ele, para que este mundo sinta desejos de conhecê-Lo e de amá-Lo. É pelo amor que nos reconhecerão como Seus discípulos. Que o Seu perfume esteja em nós.

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